terça-feira, janeiro 10, 2006

UM FIM DE ANO MAIS SINCERO

O clima de fim de ano traz muitos hábitos artificiais típicos da época, sempre devidamente estimulados pelos setores descolados da mídia sisuda. O mais esquisito deles me parece a lista de resoluções de ano novo.
Na verdade não é tão esquisito assim: vivemos de acordo com ciclos fictícios, divididos em milênios e séculos, cuja partícula mais infinitesimal é a hora trabalhada (ah, o ritmo do relógio de ponto). Logo, nada mais natural que o fim de um desses ciclos arbitrários nos provocar um sentimento de renovação. E como diria uma professora de teoria jornalística, sentimento é necessariamente pauta!
Então resolvi assumir uma única resolução de ano novo: vou me esforçar em 2006 para perder de vez meu preconceito contra pessoas ricas. Sincero, não? O maravilhoso e transcendental momento do fim de ano gera em mim esta vontade de aceitar, mais e melhor, as pessoas que, por inúmeras razões, inclusive por acaso, fazem parte da elite econômica.
Sucesso e riqueza são coisas das quais se orgulhar, são desejáveis e, mais importante ainda, são aceitáveis para os padrões da sociedadezícula que criamos (“Em sociedade tudo se sabe” – Ibrahim Sued). Parece estranho que aqueles que realizam esses objetivos sejam alvo de preconceito. Mas já que dinheiro é algo que falta demais na vida de tanta gente, não devia sobrar demais na vida de ninguém.

“Ganhe tudo o que puder, poupe tudo o que puder, dê tudo o que puder.” - John Wesley (1703-1791), teólogo metodista inglês

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Tb possuo o mesmo preconceito contra ricos. Ou melhor, contra patricinhas e mauricinhos. Que, em geral, têm grana. Mas acho muito legal qdo algum protelário alcança uma boa situação financeira. O Zeca Pagodinho morando no bairro dos emergentes do Rio de Janeiro eu acho do caralho!!! Bj, Flavinha

PS: Adorei os comentários no blog. Valeu

janeiro 13, 2006 12:16 AM  

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