SOU SOCIALISTA
Não gosto de dinheiro. Não gosto de ter que fazer as coisas só para obtê-lo. Nunca gostei de shopping centers. Kurt Cobain disse em 1992: “Passei tanto tempo durango que hoje entro numa loja e não tenho vontade de comprar nada”. Materialismo, antes de histórico ou dialético, é um defeito. Nunca aceitei esse negócio de juros. Se vamos estabelecer uma convenção monetária para valorar o trabalho, vamos estabelecer um valor numérico de face que seja único e inalterável, certo? Só o trabalho gera riqueza. Mas não é assim que o mundo funciona. Se eu achasse que dá pra mudar isso em menos de 80, 90 anos (que é o quanto quero e espero viver) eu me filiava ao PSTU. Mas não dá, essa mudança não depende de nenhum coletivismo. Depende sim do coletivo, mas a tomada de consciência tem que ser de cada um. Por causa dessa visão de mundo é que eu digo que não ME TORNEI socialista, eu NASCI socialista.
Por isso, não sou socialista porque quis. Nasci assim. Já era socialista desde uma idade em que, se visse uma foto de Marx, ia achar que era Papai Noel. Nem sabia que existia a palavra socialismo ou qualquer outro “ismo” classificatório e inibidor do raciocínio individual. E raciocínio coletivo é piada.
Na Idade Média, servo casava e a primeira noite com a noiva era do senhor feudal, prática avalizada pelo Alto Clero. Mesmo sabendo disso, quantos padres de vila não realizavam casamentos clandestinos para poupar a gleba dessa violência? Era legal, mas absolutamente imoral. A escravização capitalista moderna é a mesma coisa. Legal, mas imoral. E onde anda a desobediência virtuosa a essa ordem? É mais complicado. “Somos escravos bem pagos”, sintetizou Frank Miller em “O Cavaleiro das Trevas 2”, um decepcionante gibi do Batman. “Vocês são mais livres do que nunca, para fazer o que quiserem, desde que possam pagar”, contextualiza Greg Graffin em uma letra do Bad Religion.
Por isso, não sou socialista porque quis. Nasci assim. Já era socialista desde uma idade em que, se visse uma foto de Marx, ia achar que era Papai Noel. Nem sabia que existia a palavra socialismo ou qualquer outro “ismo” classificatório e inibidor do raciocínio individual. E raciocínio coletivo é piada.
Na Idade Média, servo casava e a primeira noite com a noiva era do senhor feudal, prática avalizada pelo Alto Clero. Mesmo sabendo disso, quantos padres de vila não realizavam casamentos clandestinos para poupar a gleba dessa violência? Era legal, mas absolutamente imoral. A escravização capitalista moderna é a mesma coisa. Legal, mas imoral. E onde anda a desobediência virtuosa a essa ordem? É mais complicado. “Somos escravos bem pagos”, sintetizou Frank Miller em “O Cavaleiro das Trevas 2”, um decepcionante gibi do Batman. “Vocês são mais livres do que nunca, para fazer o que quiserem, desde que possam pagar”, contextualiza Greg Graffin em uma letra do Bad Religion.